sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Era a primeira vez que chorava...


Era a primeira vez que chorava, não sabia que tinha tanta água nos olhos. Chorava, assoava o nariz sem saber mais porque chorava. Não chorava por causa da vida que levava: porque, não tendo conhecido outros modos de viver, aceitara que com ela era "assim". Mas também creio que chorava porque, através da música, adivinhava talvez que havia outros modos de sentir, havia existências mais delicadas e até com um certo luxo de alma.

[Clarice Lispector]

Eu adoro voar!


Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes… tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer:
- E daí? Eu adoro voar!
Não me dêem fórmulas certas, por que eu não espero acertar sempre. Não me mostrem o que esperam de mim, por que vou seguir meu coração. Não me façam ser quem não sou. Não me convidem a ser igual, por que sinceramente sou diferente. Não sei amar pela metade. Não sei viver de mentira. Não sei voar de pés no chão. Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra sempre.

|Clarice Lispector

Bons ventos




Os ventos que as vezes tiram algo que amamos, são os mesmos que nos trazem algo que aprendemos a amar. Por isso não devemos chorar pelo que nos foi tirado e sim, aprender a amar o que nos foi dado. Pois tudo aquilo que é realmente nosso, nunca se vai para sempre.

(Bob Marley)

Se eu tivesse de escolher ...



Se eu tivesse de escolher alguém, qualquer um, para ficar perdida num planeta deserto seria você – sussurro. O sol entre nós ardeu mais quente. – Sempre quero estar com você. E não só para... e não só para conversar. Quando você me toca... – Ouso deixar meus dedos roçarem lentamente a pele macia de seu braço e sinto chamas fluírem das suas pontas agora. Os braços dele se apertam à minha volta. Será que ele sente o fogo? – Não quero que pare. – Quero ser mais exata, mas não consigo encontrar as palavras. Tudo bem. Já fiz bobagem suficiente admitindo o que admiti. – Se você não se sente do mesmo modo, eu compreendo. Vai ver não é o mesmo para você. Tudo bem. – Mentiras.
_Oh, Mel! – suspira ele em meu ouvido, puxando meu rosto para encontrar-se com o dele.


[A Hospedeira]

As profundezas do rio do teu olhar




“[...] porque amo os grandes rios, pois são profundos como a alma dos homens. Na superfície são muito vivazes e claros, mas nas profundezas são tranqüilos e escuros como os sofrimentos dos homens. Amo ainda mais uma coisa de nossos grandes rios; sua eternidade. Sim, rio é uma palavra mágica para conjugar a eternidade.”

[Guimarães Rosa]

É, eu gosto muito de ti.



Fiquei feliz em poder sentir tua falta, - a falta mostra o quão necessitamos de algo/alguém. É assim o nosso ciclo. Eu te preciso. Perto, longe, tanto faz. Preciso saber que tu está bem, se respira, se comeu ou tomou banho - com o calor que está fazendo neste verão, tome pelo menos uns três ao dia, e pense em mim, estou com calor também. Me faz bem pensar nessas atividades corriqueiras, que supostamente você está fazendo. Ah, e eu estou te esperando, com meu vestido longo, óculos escuros grandes e meu coração pulsando forte, e te abraçar até sentir o mundo girar apenas para nós. É, eu gosto muito de ti.

Caio Fernando de Abreu

Pode ir

Faz tempo que queria dizer que estou tentando seguir em frente, assim como você tem feito com êxito. Mas só para constar, quero ressaltar qu...