Imploro, desvia o teu olhar do meu,
peço-te não olhes pra mim assim, não tente me desvendar, não busque em meu
olhar as respostas para minha forma de agir, não quero que descubra o jardim
dos sonhos onde plantei a esperança de um dia te ter ao meu lado. Desvio o meu
olhar do teu para que não descubras os meus segredos porque de certo descobrirás
os meus desejos que circulam junto de ti.
Em meu olhar está o que guardo no
canto mais intimo de minha alma. Nele está meu amor por você, os caminhos que
ando tentando me perder de mim e me encontrar em você, caminhos que me leva até
seu olhar, olhar que é meu refugio, minha calmaria e tempestade, meu veneno e
minha cura.
Confesso que queria poder fechar meus
olhos e perder-me no som da tua voz, sentir o calor das tuas mãos em minha face
e me achar entre os teus braços.
Se eu pudesse voltar no tempo, se eu
pudesse mudar as coisas, se eu pudesse te dizer tudo que sinto... se, se, se...
Mas como isso não é possível te guardo em mim como valiosos tesouros, confesso
que em cada segundo da minha existência penso em ti, e neste segundo sinto que
alcanço as nuvens, que toco o céu, mas no mesmo estante padeço no inferno
quando vejo que não estais aqui. O que farei com esse sentimento, como retirar
teus olhos dos meus, tua amizade da minha vida, tua doce presença do meu viver?
Como parar de te amar e pensar em ti?